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Re: traduzir ou nao, eis a questao



A Qui, 2004-10-07 às 21:32, hggdh escreveu:
> Hello Carlos,
> 
> Wednesday, October 6, 2004, 07:58:53, you wrote:
> 
> (...)
> CC> Quando leio documentação em português, sobretudo (mas não só) quando é
> CC> feita por brasileiros, encontro-me demasiadas vezes com a necessidade de
> CC> ter de traduzir algumas expressões para inglês para compreender o texto.
> (...)
> 
> Absolutamente correcto. Vários motivos contribuem para tal, entre eles
> o afastamento natural entre o Portugues Lusitano e Brasileiro. Digo
> "natural", e de forma enfática. Tal não ocorre por conta do desejo dos
> povos, mas por conta de diferentes bases culturais, sociais, etc.
> 
> É semelhante à diferença entre O Porto e Lisboa, e entre o NE
> Brasileiro e o Sul (para ficar com exemplos simples). Por este motivo
> temos diferentes traduções (Portugual/Brasil).
> 

Não! A diferença é muito maior da que existe entre o Porto e Lisboa e,
muito provavelmente, da que existe entre o sul e o norte do Brasil.

A verdade é que, se se tratar de um romance, a diferença até não será
assim tão grande (há sempre termos que desconhecemos, até nas nossas
próprias línguas), mas tratando-se de manuais técnicos, sem ambições
literárias, o que importa é mesmo a gente ser capaz de entender à
primeira!

> Temos, também, boas e más traduções, a ocorrer em ambos os lados. Novamente,
> nada extraordinário. Há revisores. E havemos de ter "bug reports"
> (relatórios de insectos?), que solicitarão ajustes. Enquanto isto, os
> traductores estarão a aprender, mais e mais. E suas traduções tenderão
> a tornar-se mais e mais correctas.
> 

Inch' Allah!

> Idiotismos não mostram intenção criminosa. mas o simples progresso da
> língua (ou regresso). A língua é o que é falado por um povo, ou
> sociedade. Se este povo é ignorante, da mesma forma a língua o será.
> Se desejais proteger vossa língua, que se invista na educação. Tanto
> cá, neste forum, quanto nas escolas.
> 

Nem mais! Mas os tradutores também deverão ter essa preocupação ;-)

> Cabe-nos, a todos os falantes desta maravilhosa e enporcalhada língua,
> o esforço de mante-la viva (e honesta). Mas não devemos permitir
> extremos, seja ao lado do "traduza-se tudo", seja ao lado do
> "mantenha-se o original". Basta-nos, creio, bom-senso e discussão.
> 
> Pois que seja. Defenda-se a língua, mas não ao custo de sangue.
> 

Concordo completamente!

> Diga-se, de passagem: nos significados da palavra
> "thread", não há um único que se refira ao seu uso em nossa área.
> Literalmente, "thread" pode ser traduzido por "linha", "fio" (de cerzir)
> e *TODOS* os significados associam-se a este conceito. Por extensão e
> neologismo, a área técnica passou a usar "thread" em situações
> semelhantes: "e-mail thread", "process thread", etc. Veja-se o
> "Webster's Unabridged", por exemplo. E... o que disse o Professor Dr
> Carissimi quanto a isto? Todas as sugestões são ebm-vindas.
> 
> E, finalmente: em meus sistemas, o LOCALE é sempre EN, e meu móvel esta
> em Frances. E daí?

Numa situação ideal, essas expressões deveriam ser usadas na sua forma
mais comum (se aí no Brasil se chama 'mouse' ao 'rato', tudo bem: é
coisa que se traduz sem pensar!), sendo remetidas para um glossário
aquelas palavras que 'toda a gente' conhece em inglês, mas não sabe a
sua tradução literal (estou-me a lembrar de 'kernel', por exemplo, que
demorei alguns anos a descobrir o seu significado original -- o miolo do
caroço da ameixa -- enfim o NÚCLEO).

Por favor: entendam isto apenas como um comentário de quem já teve de
ler *toneladas* de documentação -- a propósito: os franceses e os
espanhóis até conseguem ser piores mas, se calhar, as traduções também
são efectuadas mais rapidamente :-(. E esta talvez seja a grande
diferença: devido, talvez, ao menor poder económico e editorial, quem se
quiser manter actualizado é *obrigado* a 'devorar' documentação em
inglês (macarrónico, grande parte das vezes).

Cumprimentos,

Carlos Correia


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