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Re: traduzir ou nao, eis a questao



Ótimo. Vamos usar nossas expressões inventadas, adaptadas, que ninguém
entenda, apenas para nos darmos ao luxo de usar somente nossa língua.
Não sei qual o problema com estrangeirismos. Aliás, acho péssima as
traduções em que alguém pegou uma palavra totalmente compreensível em
inglês e transformou em uma coisa tosca em português. Pra que? Só pra
reafirmar nossa língua? Eu não quero uma tradução que me atrapalhe, eu
quero uma palavra que me ajude a compreender, eu quero usabilidade,
não pratriotismo.

Como eu já perguntei: tu chama teu mouse de rato? compra lâmina de
barbear ao invés de gilete? tira fotocópia ao invés de xerox? Os
exemplos de palavras estrangeiras, ou mesmo de relacionadas a marcas
(meus dois exemplos) são várias, alguém já citou.

Não sei porque essa defesa. Porque não threads? Qualquer uma pessoa
que saiba o que significa threads, saberá que threads é threads. Eu
digo: se um usuário tem uma noção mínima do que é threads, saberá a
palavra em inglês. Se não tem nenhuma noção, pra ele é só mais uma
palavra em inglês. Ponto. Um usuário comum tá pouco se lixando sobre o
que é threads, em qual seria melhor tradução em português. Uma pessoa
da área saberá o que é se for escrito threads, agora se tu colocar uma
tradução por exemplo com o significado do termo, se o cara tem apenas
uma noção mínima não vai saber o que é. Ou seja, onde está a vantagem?
O Brasil ficou melhor porque tu não usou threads?

Não vou revisar o texto porque assim tá espontâneo e revoltado, que é o certo.

Luciano "sp00ky" Rodrigues


On Mon, 04 Oct 2004 23:34:20 -0300, marciotex@pop.com.br
<marciotex@pop.com.br> wrote:
> -----BEGIN PGP SIGNED MESSAGE-----
> Hash: SHA1
> 
> hggdh <hggdh@comcast.net > writes:
> 
> > Hello marciotex,
> 
> Olá :)
> 
> > Friday, October 1, 2004, 11:57:04, you wrote:
> >
> > mpcb> Segundo, porque creio não ser desejável. Falo a língua portuguesa, e
> > mpcb> isto é parte do que eu sou. E, por razões que eu não sei te explicar,
> > mpcb> não me agrada a idéia de ter a nossa língua invadida por termos
> > mpcb> estrangeiros. Não vou apelar aos argumentos de natureza antropológica,
> > mpcb> sociológica, cultural, etc...(até porque não saberia fazê-lo :) ). Apelo
> > mpcb> apenas à minha crença de que devemos preservar ao máximo nossa língua.
> >
> > Hum. Há espaço para as duas opções.
> >
> > O Comite para a Defesa da Língua no Brasil, até onde saiba, não mais
> > existe. Neste caso, resta ao brasileiros ou o uso descarado de uma
> > palavra estrangeira, ou a pesquisa aos arquivos lusitanos, onde este
> > cuidado é intenso.
> 
> Por quê? Não concordo com o dilema.
> 
> Eu acrescento uma outra alternativa: que nós mesmos, falantes
> do português brasilieiro, produtores de documentação do sistema Debian
> nesta língua, estabeleçamos como princípio orientador (não como regra
> absoluta) a defesa da nossa língua. Esta é uma opção. E, a meu ver, uma
> importante e correta opção.
> 
> > Falta-nos, de forma geral, o apreço à língua Portuguesa.
> 
> Concordo. Mas você também concorda comigo que o que é não funda o que
> deve ser, não é?
> 
> > Mas... uma
> > linguagem é dinâmica, sofrendo ajustes e acréscimos continuamente
> > (diga-se, de passagem, que o nome para uma adaptação de uma palavra
> > de outra língua ao Portugues é 'idiotismo'). O que era incorrecto há
> > 20 anos atras agora é parte da lingua. Como, por exemplo, 'abajur',
> > vindo do Frances 'abat-jour'. Com novas criações e conceitos ocorrendo
> > continuamente, uma ligua ou 'importa' as novas palavras, ou as cria
> > (veja-se, por exemplo, a França, com 'ordinateur', 'logiciel','octet',
> > etc. E... 'octet' virou 'octeto' nas bandas de cá: idiotismo, ou
> > Comite de Defesa da Língua?).
> 
> Ou importa, ou cria, ou usa uma palavra existente apropriada (nossas
> discussões têm visado decidir estas questões). Por exemplo, por que usar
> "to port" se temos "adaptar"?
> 
> Não quero fazer parecer que sou contra o uso de estrangeirismos em
> nossos documentos. Não, eu não sou. Apenas penso que devem ser usados
> como última alternativa, quer por já terem um uso ***muito***
> consagrado, quer por alguma outra razão que não a mera inércia de nós
> tradutores. Meu lema é: não à inércia nas traduções! :)
> 
> > Seja como for é importante manter-se coerencia e padrão. Assim, a
> > proposta de um Wiki para os tradutores é, claramente, boa.
> 
> Ok.
> 
> > E, ainda, aproveitando o momento: usa-se, na lingua Portuguesa, regras
> > diferentes da Inglesa em relação a pontuação; em uma tradução deve-se
> > ajustar o texto, sob pena de criar-se um monstro. E... pontue-se.
> > Sempre.
> 
> Concordo. E é muito oportuna esta tua lembrança. Creio que temos
> problemas em nossas traduções relacionados à desconsideração disto que
> apontas.
> 
> > A Língua é dinâmica. As traduções, também.
> 
> Já tem mais de 2000 anos, um grego (Heráclito) disse: não se pode
> atravessar o mesmo rio duas vezes porque na segunda vez já é outro o
> rio. Um sábio.
> 
> Um abraço,
> - --
> Marcio Roberto Teixeira
> 
> endereço eletrônico: marciotex@pop.com.br 
> chave pública: hkp://wwwkeys.pgp.net 
>                         http://www.marciotex.pop.com.br/keypub_8709626B.asc 
> página pessoal (em construção): http://www.marciotex.pop.com.br 
> Usuário "tchê" Debian/GNULinux
> 
> Porto Alegre - RS - Brasil
> -----BEGIN PGP SIGNATURE-----
> Version: GnuPG v1.2.4 (GNU/Linux)
> Comment: Processed by Mailcrypt 3.5.8 <http://mailcrypt.sourceforge.net/ >
> 
> iD8DBQFBYggjrD1pS4cJYmsRAuAWAJ9IleFk06X8+yHcTaCQTcvBB+LLlgCgjFmQ
> xNoAr2w+RmuNDBPx8MZOezk=
> =8CwI
> -----END PGP SIGNATURE-----
> 
> --
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