Re: [fora] Slackware abandona Gnome
No dia 29/10/2004 às 15:10,
Rafael Girão Guimarães <rgiraobr@yahoo.com.br> escreveu:
> Para os que falam sobre o Mozilla e OpenOffice, ambos são baseados nas
> bibliotecas do X e por isso são completamente portaveis em qquer WM. Eles
> não são baseados no GTK (apesar de lembrar bastante). Assim o navegador
> "oficial" do gnome é o galeon que é uma rolha tão ruim quanto o
> konqueror...
O Mozilla e OpenOffice não são baseados na GTK, mas _podem_ ser compilados
(pelo menos o Mozilla) com suporte ao GTK e GTK2. Parece que agora também
portaram a interface do Mozilla para o Qt, mas não sei quão maduro/completo
está.
> O exemplo dos offices pra mim é a prova mais clara da frase que
> citei. Por mais livre que um software seja, a ganância humana não permite
> dizer que ele será para sempre livre! Imaginem a situação que os
> principais desenvolvedores do openoffice ganhem uma proposta irrecusavel
> para fechar o código e começarem a dezemvolver para o MacOS? Impossível?
> nunca diga essa palavra.
O autor(es) pode(m) até fechar o código, mas todo o desenvolvimento que foi
feito até então continua aberto (considerando a licença GPL), o código só
seria fechado da data da mudança da licença para frente. Portanto, seguir
com o desenvolvimento da versão GPL. ;)
> Daí vem o meu questionamento para os que DESENVOLVEM programas. O que é
> mais simples? Desenvolver um programa com o código feito por você ou pegar
> o código de um 3o para continuar? A pergunta pode parecer banal, mas caso
> o Openoffice acabe, o melhor projeto é o KOffice e acreditem que ele, mais
> cedo ou mais tarde vai acabar se tornado o melhor.
Por que o OpenOffice poderia acabar? É um projeto de grande expressão --e a
portabilidade é uma das grandes qualidades dele--, e mesmo que os autores
resolvam mudar a licença, pode ser realizado uma bifurcação e continuar o
desenvolvimento. Duvido muito que não haveriam interessados em manter ativo
o projeto na sua licença original (livre).
> Pode parecer absurdo mas o que está acontecendo com a interface X não é
> nada mais nada menos que isso. A comunidade linux se viu com uma mão na
> frente e outra atrás quando o pessoal do XFree86 fechou o código.
Ops, o XFree86 não foi fechado, apenas inseriram uma nova cláusula na
licença em que tornaria obrigatória a menção dos autores não só apenas no
código.
> Como não existia uma interface X alternativa a solução foi se criar um
> novo grupo de trabalho a partir do último código livre criado pela XFree86
> (versão 4.4 em uma de suas versões alfa se não me engano) so que até o
> pessoal conseguir entender o código (lembre-se que são incontáveis linhas
> um projeto desse) e conseguir implementar novas funcionalidades demorou
> muito tempo e agora que já estão conseguindo mesmo assim estão muito longe
> de conseguir desenvolver com agilidade (mesmo assim podemos considerar o
> trabalho deles excepcional). Quem aqui programa e já teve a infelicidade
> de ter de desenvolver o programa de um 3o? acreditem, é uma M.
A maioria dos atuais programadores do X.Org eram dissidentes do XFree86 (que
não concordaram com a mudança na licença), portanto, não demoraram para
dominar o código. Aliás, o X.Org já apresenta recursos bem mais avançados do
que o XFree86 última versão (como transparência, sombra, etc). Sendo assim,
esta bifurcação não só preservou a licença anterior como ainda promoveu uma
reanimação no projeto.
--
Douglas Augusto
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