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Re: [OT] Re: Mea culpa e Mais [ERA: Re: Sobre off-topics]



No dia 14/10/2005 às 19:24,
Paulo Marcondes <paulomarcondes@gmail.com> escreveu:

> O Ministério da Saúde fala sobre os óbitos dentro dos hospitais.
> Nessa conta incluem-se bandidos baleados pela polícia. Esse números
> não sofrerão maior redução.

Sim, contudo estes tendem a ser constantes. Se em 2002 a morte de
bandidos por policiais era responsável por x pontos percentuais, em 2003
tenderia a ser x +- d ('d' uma pequena variação) e em 2004 idem, isto
porque não houve nenhuma medida de segurança pública da importância do
Estatuto do Desarmamento.

É muito mais plausível correlacionar com o resultado do Estatuto
(reforçado pelo anterior crescimento regular dos óbitos) do que imaginar
que os policiais ficaram mais bonzinhos no último ano e resolveram matar
menos bandidos (ou mesmo acreditar numa substancial oscilação
estatística).

> O tal relatório é um documento de apenas 8 páginas.  Vc acha mesmo que
> dá pra confiar só nisso?

Sim, a manipulação de dados envolve basicamente o cômputo do número de
óbitos, geral e divididos por regiões do país. São basicamente dados na
sua forma crua. No entanto, poderiam sim ter discriminado o agente
causador da morte, notoriamente se pertencia ao Estado (e portanto fora
da abrangência do Estatuto) ou não.

> leia o site do midia sem mascara que eu mandei dias atrás.
> você pode até não concordar, mas é bom ouvir os dois lados, né?

Está falando desta crítica do Peter Hof?
(http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4069)

A crítica tem um erro grave, embora aparentemente sutil. O autor, na
tentativa de diminuir o índice de vidas salvas de 8,2% para 4,1%, diz
que em São Paulo (responsável por 62,3% da redução do número de óbitos
apresentado pelo relatório) já havia desde o primeiro trimestre de 2000
(portanto três anos antes do Estatuto) apresentando uma queda
substancial no número de homicídios. Acontece que, como bem demonstra a
escalada de mortes de 1992 até 2003, a curva vinha crescendo
monotonicamente, em outras palavras, de nada impactou no cenário geral a
contenção em São Paulo.

Em suma, mesmo com as ações em São Paulo, o índice nacional de óbitos
continuava a crescer. No ano de vigência do Estatuto, o índice não só
não cresceu como diminuiu 8,2%. Sendo ainda que, em 2003, o índice em
São Paulo reduziu apenas 1,3% --levando a crer que já havia estabilizado
o efeito produzido pela Polícia de São Paulo-- enquanto que no ano do
Estatuto (2004) reduziu em expressivos 19,4%.

-- 
Douglas Augusto
                                                    [Netiqueta]
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