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[FORA DO TÓPICO] As mentiras do NÃO! Leitura sugerida



Aí está a minha contribuição para mais um off-toppic. Espero que o kov
não consiga encontrar o listmaster, hehehe :)


As mentiras do "não"

Os métodos revelam as intenções. Quem usa métodos sujos/desonestos
esconde seu verdadeiro objetivo, inconfessável: garantir o lucro da
indústria da morte, que financia a campanha do Não. Veja se estas
mentiras são aceitáveis para quem se diz defensor dos direitos do
cidadão à informação.

1) Divulgaram na Internet um artigo atribuído ao prestigiado
jornalista e escritor gaúcho Luís FernandoVeríssimo contra o
desarmamento. Veríssimo foi obrigado a desmentir a autoria do artigo,
e fez questão de afirmar sua posição a favor do SIM. MailScanner
detectou uma possível tentativa de fraude de "www.referendosim.com.br"
Leia aqui o desmentido e seu artigo "Por que sim".
(http://www.referendosim.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
infoid=365&sid=21)

2) Os armamentistas inundaram a Internet com um antigo texto
da juíza Denise Frossard, famosa por ter mandado prender a
cúpula da contravenção do jogo do bicho do Rio de Janeiro, em
que criticaria o desarmamento. Na verdade, a posição da juíza é
totalmente a favor da proibição do comércio de armas, e na Câmara
dos Deputados ela não só votou pelo Estatuto do Desarmamento,
como lutou para que o referendo se realizasse. Veja o artigo
onde ela expõe os seus motivos para votar SIM no referendo.
(http://www.denisefrossard.com.br/publicacoes/artigos/artigos_detalhe.
asp?id=133)



3) O lobby das armas também espalhou por e-mail a falsa notícia de que
um traficante do Rio, conhecido como Xaxim, estaria fazendo campanha
pelo SIM no Morro do Dendê. Primeiro atribuiram como fonte o plantão
do jornal O Globo Online, e depois o jornal O Dia. O Globo Online
divulgou nota desmentindo que tivesse publicado tal notícia e o chefe
de reportagem de O Dia, João Antonio Barros, desmente categoricamente
que seu jornal tenha publicado essa informação. Não existe no Rio de
Janeiro um traficante com esse nome. Ao buscar-se a origem da notícia,
constatou-se que ela foi tirada do site de piadas "Cocada Boa". Os
traficantes e bandidos em geral certamente preferem que tudo continue
como está a perder uma de suas fontes de armas e munição.



4) Os defensores do comércio de armas não hesitam em distorcer a
história. Basta se consultar um livro sobre a Alemanha ou a Segunda
Guerra Mundial para se constatar as mentiras contidas em um e-mail
que eles divulgam na Internet. Dizem que Hitler desarmou a Alemanha
para melhor dominar o povo. Ora, foi justamente o contrário. Para
defender-se dos grupos armados do partido nazista, a República de
Weimar, em 1928, promulgou uma rigorosa lei de controle de armas. Após
tentar, sem sucesso, tomar o poder através de um golpe violento,
Hitler mudou de estratégia e, surfando na severa crise econômica do
país, ascendeu ao poder através do voto. O desarmemento inicialmente
foi contra os nazistas e deu certo para evitar o golpe armado dos
"camisas pardas".



      Hitler acabou por implantar a ditadura, fechando o Congresso
(Reichstag) e desarmando a oposição, mas armando seus seguidores,
que passaram a perseguir e matar oposicionistas, judeus, ciganos,
católicos e gays. Na verdade, as ditaduras desarmam as oposições
para garantir o domínio de seus governos impopulares. As democracias
promovem o desarmamento civil para aumentar a segurança da população,
numa perspectiva de saúde pública. São interesses opostos. Hoje,
diversas democracias já fizeram leis de desarmamento e foram bem
sucedidas na redução das mortes por armas de fogo.



5) A tese pueril de que devemos ter armas em casa para nos
proteger de revoluções é uma cópia ridícula dos argumentos da
Associação Norte-americana de Fuzis, ligada à indústria de armas
dos Estados Unidos, que procura manter viva a tradição da Guerra
contra o colonialismo inglês, e a política então vigente de matar
índios. Levantam a ameaça de golpes de Estado como se revólveres
pudessem se contrapor a tanques e canhões, transmitem o medo de uma
revolução ou de revolta dos pobres contra os ricos, quando a ameaça
contra a qual lutamos é uma realidade que está aí: a violência
provocada nas ruas e nos lares pela proliferação descontrolada de
armas de fogo.



6) Hoje os defensores das armas também defendem o Estatuto do
Desarmamento. Vejam só : em 2003, eles votaram contra! O Estatuto
teve que enfrentar a oposição da poderosa bancada da bala financiada
pela industria de armas hoje reunida na frente do Não. Deputados que
agora defendem o Estatuto na época fizeram tudo para derrubá-lo no
Congresso e impedir por exemplo a marcação das armas e da munição, em
atitude cúmplice com a criminalidade. (leia o artigo de Antônio Rangel
Bandeira sobre o tema).



7) Os defensores do comércio de armas afirmam que "o referendo não
se justifica porque no ano passado teriam sido vendidas apenas 1.044
armas" (frase repetida em debates pelo deputado e ex-coronel da PM
Alberto Fraga, presidente da Frente do Não). Esse dado, ele obteve
junto à Taurus, o maior fabricante de armas curtas do país, que
financiou 70% das suas campanhas eleitorais e que tem grande interesse
em fortalecer argumentos do não, como esse.

A fonte segura e imparcial é o órgão que controla a venda de armas
no país, o Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal, segundo
o qual em 2004 foram vendidas 53.811 armas pequenas para civis no
Brasil. Esse número exclui as armas vendidas para as empresas de
segurança privada, que somaram 7.131. Só no primeiro semestre deste
ano (2005), foram vendidas mais 16.089 armas para civis.


No Brasil, das mais de 17 milhões de armas em circulação, 15 milhões,
isto é, 90%, estão nas mãos de civis. Se a população armada trouxesse
segurança, o Brasil seria um país tranquilo e não o campeão mundial de
mortes por arma de fogo.



8) Dizem que o "referendo vai custar 564 milhões". Mas o TSE declara
que serão gastos 202 milhões. Compare esse gasto com os 140 milhões
que se gasta, a cada ano, com os cerca de 20 mil feridos por arma de
fogo nos hospitais brasileiros. Se acrescentamos os 36 mil mortos por
ano, e as consequências econômicas e psíquicas para as famílias das
vítimas, veremos que a continuidade dessa política de facilitação da
compra e do uso de armas pelos brasileiros nos custa muito mais.



Além disso, o referendo vai recadastrar os eleitores de vários
Estados, ajudando a diminuir as fraudes eleitorais.

E, sobretudo, o referendo é uma ferramenta democrática em que o povo
decide diretamente. Eles acham que isso não tem valor. Para nós, que
lutamos contra a ditadura (enquanto alguns deles a defendem até hoje),
a democracia não tem preço.




9) Afirmam que os deputados e senadores votaram a proibição do porte e
do comércio de armas, mas que resguardaram seu direito legal de portar
armas. Não é verdade. Políticos do Não propuseram isso, mas foram
derrotados e o Estatuto do Desarmamento não abriu exceção para eles,
também proibidos de portar armas.



10) Dizem que "os atiradores esportivos, os caçadores e os
colecionadores, categoria denominada 'CAC', não mais poderão comprar
arma e munição". Não é verdade. Essas categorias são regidas pelo
regulamento do Exército, conhecido como R 105, em que o Exército
autoriza e fiscaliza a venda desses produtos para tiro esportivo,
caça e coleções. Mentem para jogar essas categorias, garantidas pelo
Estatuto, contra a proibição do comércio de armas. Não se deixem
enganar. Suas atividades, devidamente controladas, estarão garantidas
após a vitória do SIM no referendo. Essas categorias têm existência
legal, que não será alterada, e são as maiores interessadas em
não serem confundidas com aqueles que querem armas para vender ao
narcotráfico ou para matar, ou com os que fazem uso irresponsável de
suas armas.



Tentamos que as companhias de ônibus inter-estaduais tivessem
detector de metal, para impedir que ladrões continuassem a assaltar
os passageiros que viajam entre os Estados. Os políticos do Não,
curvando-se aos interesses das grandes companhias de ônibus, votaram
não. Isto é, rico tem segurança quando viaja de avião, mas pobre, que
viaja de ônibus, não. Assim votaram os defensores do Não, que falam
em "proteger os cidadãos". Neste ponto, eles venceram, e o artigo foi
excluído da versão final do Estatuto.



11) Dizem que, "na Austrália, Grã-Bretanha e Canadá, países em que
houve desarmamento, as mortes com arma de fogo aumentaram". Não
é verdade. A procuradoria geral da Austrália entrou em 2000
com um recurso contra um e-mail da NRA (Associação Nacional de
Rifles, lobby das armas norte-americano) que divulgava os dados
mentirosos recentemente reproduzidos pela VEJA. A experiência da
Austrália, aclamada internacionalmente, comprova que a proibição
votada em 1996 trouxe enormes benefícios para a segurança
pública deste pais, conforme informa o governo da Austrália
(http://www.aic.gov.au). Estudo publicado pela Professora
J.Ozanne-Smith, da Monash University (Victoria, Austrália) na revista
Injury Prevention 2004; chegou à seguinte conclusão : "Reduções
dramáticas foram alcançadas na taxa geral de mortes por arma de fogo
no contexto da implementação da reforma da regulação sobre armas de
fogo". De fato, desde a aprovação da nova lei, em 1996, o número total
de mortes diminuiu 43% e a taxa de homicídios por arma de fogo caiu
50%. Um habitante da Austrália corre 90 vezes menos risco de morrer
num homicídio com arma de fogo do que um Brasileiro.



12) Apresentar a Suíça como um país armado e um paraíso de não
violência não corresponde à realidade. Na Suíça, quase todos os
cidadãos adultos de sexo masculino são membros permanentes do exército
e possuem armas de uso militar em casa. Resultado: a Suíça, embora
tenha muito menos homicídios que o Brasil, apresenta a segunda maior
taxa de mortes por arma de fogo entre os paises de alta renda e vêm em
terceiro lugar no mundo depois dos Estados Unidos e Finlândia no que
diz respeito a suicídios por arma de fogo (OMS, 2002). Entre 16 outros
paises europeus, a Suíça apresentou a maior taxa de violência contra
mulher com arma de fogo. De fato, o Rio Grande do Sul é um pouco a
Suíça do Brasil: lá tem muitas armas e poucos homicídios. Porem, é o
estado brasileiro com maior taxa de suicídio e taxa de suicídio por
arma de fogo (Datasus, 2002). Nesse contextos, onde o controle social
e o desenvolvimento permitiram conter a criminalidade, o fácil acesso
às armas se traduz em taxas elevadas de homicídios inter-pessoais ,
acidentes e suicídios.



      13) Dizem que "a proibição do comércio vai causar grande
      desemprego".

O verdadeiro tamanho da mão de obra da indústria de armas pequenas
não passa de 6.500 empregos segundo o IBGE, e a industria de armas
é insignificante para o parque industrial brasileiro, representando
0,15% do PIB nacional. A venda para o mercado civil brasileiro é de
apenas 12% (Taurus) e de 15% (CBC, fonte: Isto É Dinheiro). A Taurus
já está revertendo sua produção para produtos pacíficos, política
preconizada pela ONU. Armas representam hoje só 41% da produção das
Forjas Taurus.


[]´s
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