Pois é, concordo contigo, a proposta do programa é justamente essa, ser
por tempo determinado. Já li sobre ele. Como eu disse, para os políticos
não é conveniente tirar esse benefício, muito pelo contrário, eles
querem criar a dependência pra usar isso em favor próprio. Neste aspecto
o Brasil é uma arma nas mãos dessa gente. Se trabalhassem a educação
como ferramente de emancipação seria outra coisa.
Abraço.
On 18-04-2016 13:52, Rodolfo wrote:
> Cuidado com os equívocos, falei:
>
> "lá as pessoas não trabalham mas também não agem como vagabundos"
>
> Não falei que aqui só tem vagabundos, agora eu conheço pessoas na
> situação que falei (tráfico de drogas), em nenhum momento faltei com a
> verdade, sobre pessoas honestas, claro que há, conheço 1 pessoa que
> recebe e é do bem.
>
> Essa questão do bolsa família acho que deveria ser por tempo determinado
> e com intuito não só de dar o pão de cada dia, mas também
> profissionalizar, tipo, tu vai receber o benefício, mas também vai
> passar obrigatoriamente por treinamentos profissionais, e por aí vai.
>
> Em 18 de abril de 2016 12:07, Leonardo Rocha <leonardossr@gmail.com
> <mailto:leonardossr@gmail.com>> escreveu:
> > <mailto:andrenbatista@gmail.com <mailto:andrenbatista@gmail.com>>>>
> Rodolfo e demais colegas. Boa tarde. Bom, tenho acompanhado as
> discussões desse list mas agora pensei que seria coerente eu me
> manifestar. O assunto tomou proporções desconexas e já que foi dessa
> forma, meu comentário, também desconexo, não ficará sem sentido neste
> contexto.
>
> Bom, acho que o que você diz de cultura é muito certo. O Brasil é vítima
> de uma cultura própria, alienada, incoerente. Você está certíssimo.
> Deste modo quero me manifestar sobre as generalizações. Isso me preocupa
> muito e no Brasil, isso também é uma inconsistência cultural. Acho muita
> injustiça dizer que o bolsa família sustenta vagabundos, tendo como
> pressuposto a questão da generalidade. Concordo que tem muito vagabundo
> sendo beneficiado pelo programa. Acredito que pra situações emergenciais
> é necessário algo como o que o programa propõe. Contudo, acredito no
> acompanhamento pra que esse programa não seja algo vitalício e num
> trabalho que possibilite uma mentalidade de autonomia, pra que as
> famílias beneficiadas pelo programa o tenham como uma alternativa
> emergencial, como de fato deveria ser. Ocorre que para os nossos
> governantes não é interessante isso, porque se perderia um instrumento
> eleitoral muito forte. Agora, conheço e conheci muitas pessoas de bem
> que já passaram pelo bolsa família e que conquistaram a autonomia
> financeira e vivem com as próprias pernas. Chamá-los de vagabundos é
> injustiça. É isso.
>
> Grande abraço.
>
> On 18-04-2016 12:21, Rodolfo wrote:
> > Uma amiga minha mora na finlândia, e ela me falou disso, porém, lá tem
> > uma cultura diferente da nossa, e a educação lá é o foco principal
> > deles, logo, lá as pessoas não trabalham mas também não agem como
> > vagabundos, aqui os caras recebem bolsa-família e ainda tem um emprego
> > de traficante e por aí vai.
> >
> > Em 18 de abril de 2016 11:12, André N B <andrenbatista@gmail.com <mailto:andrenbatista@gmail.com>
> escreveu:
> >
> > Dom 17 Abr 2016 às 12:47:45 (1460908065), trooliveira@gmail.com <mailto:trooliveira@gmail.com>
> > <mailto:trooliveira@gmail.com <mailto:trooliveira@gmail.com>>
> about.me/leonardo.rocha <http://about.me/leonardo.rocha>> enviou:
> > > O problema maior desta vaga na minha visão ela é ilegal, pois
> > frauda a CLT,
> > > independente se for uma contratação pessoa fisica
> (freelancer) ou
> > PJ. Pois
> > > haverá uma regularidade nos serviços prestados. Só por este
> motivo
> > a vejo
> > > como anti-etica.
> > > Sim tem gente que aceita tudo, pois esta com a corda no pescoço,
> > mas nem
> > > por isto devemos justificar e aceitar que haja no mercado de
> trabalho
> > > vagas-escravidão;
> > >
> > > Um pouco de ética faria bem a todo mundo e em qualquer
> situação...
> >
> > Ética é um imperativo autônomo e me parece estranha uma ética
> > heterônoma.
> >
> > Já a CLT e os direitos trabalhistas garantidos
> constitucionalmente e em
> > tratados internacionais, ainda quando relevantes em uma
> perspectiva
> > simbólica (o escravo deixa de ser objeto e passa a ser sujeito de
> > direitos), têm efeito prático limitado, ante a desproporção da
> > capacidade de financiar e arriscar a perda de demandas judiciais
> > existente entre o sujeito trabalhador e o detentor do capital.
> >
> > Para um, as demandas aparecem como custos hipotéticos ou
> previstos, que
> > podem nem existir se o sujeito privado de direitos não propuser a
> > reclamação.
> >
> > Para outro, as demandas aparecem como um duplo risco: perder a
> ação,
> > tempo e dinheiro investidos; e ter seu nome incluído dentre
> aqueles de
> > contratação indesejada já que lhes falta a docilidade,
> obediência e
> > temor reverencial que são as qualidades mais buscadas pelo
> empresariado.
> >
> > Agora uma anedota: conheci certa vez uma finlandesa e, curioso
> por seu
> > país, perguntei: como funciona o seguro desemprego em seu
> país? Ao que
> > ela me disse: "Bom, todos as pessoas em idade de trabalho recebem
> > seguro-desemprego independente de já terem trabalhado na vida
> e por
> > tanto tempo quanto durar seu desemprego."
> >
> > Sério?
> >
> > Sim.
> >
> > Mesmo se nunca trabalhar na vida, vai ganhar a vida toda?
> >
> > Sim e se for mulher solteira com filho, ganha o dobro.
> >
> > Hmm... e qual o valor?
> >
> > €1,500.00
> >
> > You fucking kidding me! No Brasil, as pessoas iam me mandar
> pra cuba se
> > eu propusesse algo do tipo.
> >
> > Aí entendi porque ela, como muitos outros europeus, viajam
> pelo mundo
> > por meses, anos. E entendi o porquê de tantos "moi" no irc.
> >
> > Mas o papel de um ensino voltado à formação técnica, acrítica, sem
> > contextualização política e de uma massa de desempregados e
> miseráveis
> > bem visível a olho nu, bem essa eu já devia conhecer depois de
> tantos
> > anos na Republiqueta dos Banana-Maldonado.
> >
> >
>
> --
> Leonardo Rocha
> 4096R/7E7D1FE2