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RES: Mais uma da Info (v)Exame



	Olá a todos,

> -----Mensagem original-----
> De: Eduardo Marcel Macan [mailto:macan@colband.com.br]
> Enviada em: sexta-feira, 2 de fevereiro de 2001 15:19
> Para: Elias Serra P. Pereira
> Assunto: Re: RES: Mais uma da Info (v)Exame
> 
> E eu acredito que o direito a ter/usar software livre é 
> inestimável. Aposto
> com vocês que a MS vai oferecer ao governo pacotes completos 
> de windows+office
> por valores do tipo R$5,00/computador para uso com este 
> computador, ou mesmo
> de graça para uso educacional. Porque as consequências desse 
> computador 
> podem ser completamente desastrosas pra eles em menos de 5-10 anos.

	Esse é o ponto mais importante de todo o processo de implantação
desses micros. O Windows só é o mais utilizado porque é o SO que todos tem o
primeiro contato. Quando algum usuário leigo tem o contato com computador no
trabalho e tem condições de comprar um para uso próprio, ele vai querer
utilizar aquele com o qual está mais acostumado, para que não tenha que
aprender de novo como configurar o sistema, instalar software, etc.
	É por isso que eu acredito que a Microsoft é a maior incentivadora
da pirataria. Quanto mais pessoas tiverem cópias piratas em casa, mais o seu
produto será o "padrão". A intenção não é ganhar dinheiro em cima de uma
licença de Office de R$ 900,00 do usuário comum. Eles querem que todos
saibam utilizar o Office (seja pirata ou não) para que seus produtos se
tornem padrão no mercado e possam cobrar de quem realmente lhes garante
dinheiro: as empresas e o governo, que ao comprar o padrão do mercado em
termos de SO e ferramentas de produtividade, se prende a MS para Bancos de
Dados, Servidores Corporativos, etc. É inacreditável que existam empresas
que utilizem servidores Internet (WWW/FTP/MAIL/PROXY) ou de controle de
versão de software (CVS) Microsoft sendo que é de conhecimento geral que as
ferramentas Free Software para esses usos são os melhores que existem e pelo
melhor preço possível: de graça. Mas já que o SO, a ferramenta Office, o
Banco de Dados, porque não colocar todo o resto.
	Ainda temos um longo caminho a ser trilhado até que consigamos nos
livrar realmente dessa praga que é a idéia de que os produtos MS são padrão
porque são MS. Isso vai começar a mudar depois que as pessoas tenham o
contato com o GNU/Linux e vejam que ele não é um bicho de sete cabeças como
normalmente pintado pela mídia.
	Não sou um usuário avançado, aliás existem muitas coisas que eu
ainda não consigo fazer pelo GNU/Linux. Mas a funcionalidade que um usuário
padrão precisa é muito menos do que eu sei. O principal problema que existe
é que normalmente pensamos no "modo Windows" de se fazer as coisas: se não
souber, tente; se não funcionar, reinicie e tente de novo; se não funcionar,
tente de novo; se não funcionar pergunte para alguém (que normalmente também
não sabe); se não funcionar, tente ler os README.TXT ou o help. Quando
mudamos para o GNU/Linux a tendência é fazer a mesma coisa, só que ele foi
projetado para funcionar no caminho inverso de modo que o problema seja
resolvido na segunda etapa (no caso do GNU, normalmente existe alguém que
_realmente_ sabe).

> Já imaginou se todos aprendem desde o primeiro contato com um 
> computador 
> que o software é livre o que isso significa para uma empresa 
> como a MS que
> sobrevive porque as pessoas se acostumaram e aceitam o modelo 
> imposto pelos
> paradigmas atuais do mercado de software?
> 
> Vamos ver como vai ser a reação deles após essa.

	O maior desafio do projeto vai ser esse: bancar a briga com a
Microsoft, que com certeza vai forçar a entrada nesse mercado com uma versão
mais enxuta do Windows (sem o Notepad e o Paint :)) rodando em uma máquina
um pouco mais potente (pelo menos com HD) a um preço um pouc superior. E
ainda com o slogan: "Compre esse modelo que tem o 'Fantástico' Windows
Mini-ME pela pequena diferença de $ XXX". O projeto deve ser muito bem
estruturado para que essa diferença nunca seja compensadora.
	Estaremos assim no caminho para uma realidade onde o software livre
seja algo mais difundido e não tenhamos mais opiniões compradas e
preconceituosas como as da editora da revista Info Vexame.

	Espero não ter incomodado com o tamanho da mensagem,
	André Leão Macedo



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