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Re: A Nova Ordem Mundial



Savio Ramos wrote:
On Fri, 14 Oct 2005 18:19:09 -0300
Marcos Vinicius Lazarini <lazarini@nics.unicamp.br> wrote:

(vejam em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1410200504.htm>),

Acesso exclusivo a assinantes...

Bom, eu li no jornal de manha e acessei agora sem digitar senha nem nada; em todo caso, como é pequeno, vai o txt:

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BARBARA GANCIA

Deu a louca na revista "Veja"?

Pode ser implicância minha, mas estou com a "Veja" entalada na garganta. Com
farta lista de serviços prestados ao país, parece que a revista resolveu
jogar sua sobriedade pela janela se convertendo em uma louca de Chaillot
indócil, que atira para todo o lado e reage com histeria aos fatos que
deveria relatar com imparcialidade.
Assino "Veja" há 20 anos, leio a revista de cabo a rabo assim que a recebo e
faço parte do grupo que acredita que o governo do PT é um embuste digno da
queixa coletiva de 121 milhões de eleitores ao Procon. Mesmo assim, não
consigo entender a fúria atual de "Veja". Tome, por exemplo, a capa da
semana passada, em que a revista apresentava sete motivos para votar "não"
no referendo sobre as armas. Estranha conta, sete. Não existiriam motivos
suficientes para arredondar o número para dez? E estranha escolha de
motivos. O primeiro deles, de que "os países que proibiram a venda de armas
tiveram aumento da criminalidade e da crueldade dos bandidos" não encontra
respaldo nos dados fornecidos por países que adotaram políticas de
desarmamento, como Japão, Austrália, Holanda e Reino Unido.
Outro motivo apresentado, o de que o desarmamento é "historicamente um dos
pilares do totalitarismo", não só tenta vincular de forma sub-reptícia a
campanha pelo desarmamento à agenda do PT (sendo que o movimento nasceu na
sociedade civil e tomou vulto no governo FHC), como ecoa a ladainha
alarmista da direita truculenta.
Um dos argumentos usados por Eurípedes Alcântara, diretor de Redação de
"Veja", para explicar a opção da revista pelo "não" foi o de que "um
referendo que pergunte ao cidadão se ele quer ter direitos básicos
suprimidos não deveria ser proposto jamais. Em sendo, merece apenas uma
resposta: não". Ora, se esse é o posicionamento da revista, em vez de
oferecer sete motivos para votar "não", não teria sido mais coerente fazer
uma capa apontando a inconstitucionalidade do referendo?
"Veja", que se ufana em apontar o dedo para repórteres que recebem iPods de
gravadoras, poderia ter sido mais generosa com o leitor ao explicar sua
opção pelo "não". Para não deixar dúvidas no ar, por que a revista não nos
contou que a empresa à qual pertence paga aluguel de cerca R$ 1 milhão à
família Birmann, da construtora homônima, que vem a ser proprietária do
prédio que serve de sede da Editora Abril e também, veja só, da CBC, a
Companhia Brasileira de Cartuchos?



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