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Navegação arriscada



Saiu na capa do JB - <http://www.jb.com.br/jb/papel/cadernos/internet/2004/07/04/jorinf20040704001.html>

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Navegação arriscada

Especialistas em segurança desaconselham uso do Internet Explorer e deixam 90% dos usuários em apuros

Vivian Rangel <mailto:vivian.rangel@jb.com.br>
Especial para o JB

Na semana passada, o uso do Internet Explorer foi desaconselhado pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, criado depois dos atentados de 11 de setembro. A decisão foi uma reação à mesma sugestão da Equipe de Emergência Informática (Cert) do departamento, no começo da semana. Três graves vulnerabilidades do programa foram responsáveis pela perda de credibilidade, na maior crise enfrentada pelo navegador mais popular da Rede. Até que as falhas sejam solucionadas, a melhor alternativa é buscar outro navegador, ou aumentar o nível de segurança do Explorer para o máximo, afetando sua funcionalidade. Uma das brechas permite a instalação de um programa que armazena senhas bancárias, através de um pop-up. No problema mais recente, hackers maliciosos podem modificar páginas abertas pelo internauta, roubar dados e disseminar softwares espiões. O vírus explora um defeito do navegador da Microsoft que foi descoberto na versão 3.0, curado na 4, mas que curiosamente ressurgiu na edição 5.01.

As falhas provocaram declarações furiosas sobre a segurança do sistema em sites especializados. Opções alternativas, como o Firefox, Mozilla e Opera, que juntos ocupam menos de 10% do mercado, são sugeridas como boas referências em design, segurança e facilidade de adaptação.

A liderança do Internet Explorer foi conquistada em 1997, quando a Microsoft integrou o IE 4 ao Windows 95, antecipando o que se tornaria uma constante a partir da versão 98. No mesmo ano, o Netscape, primeiro navegador comercial e que dominava o mercado, começou a perder usuários.

Os internautas foram conquistados pela facilidade de utilizar um browser embutido no sistema operacional e pelas falhas apresentadas em algumas páginas carregadas no Netscape. Os erros significavam à adoção de tecnologias proprietárias da Microsoft, como o ActiveX, e à fuga da empresa dos padrões para a web estabelecidos pela organização responsável, a W3C.

Hoje, com o mercado nas mãos, a gravidade das falhas ameaça o domínio da navegação na web pela empresa de Bill Gates. O conselho de trocar de navegador causou estranhamento aos especialistas, já que o Cert não costuma divulgar falhas ainda sem pacotes de correção. Segundo o comunicado, os usuários deveriam ''deixar de usar o Internet Explorer e adotar alguma outra opção existente'' ou alterar o grau de segurança do navegador para o mais alto possível e desabilitar o JavaScript. Se seguidas à risca, as recomendações amputam o navegador, que passa a não abrir várias páginas.

- As falhas são muito graves. A falta de segurança do navegador é óbvia, já que nem mesmo usuários com antivírus e firewall atualizados estavam protegidos - comenta Andre Diamand, 31 anos, diretor-geral da empresa de segurança Future Technologies.

O vírus, reportado pelo Cert, foi batizado de Download.Ject ou Scob. O ataque ocorre quando o usuário visita páginas hospedadas em servidores contaminados, muito populares ou páginas corporativas ''acima de qualquer suspeita''. Os atacantes plantaram arquivos desenvolvidos em JavaScript e alteraram as configurações do servidor da web para que ele os anexassem em diversas páginas. Nenhum aviso ou pedido de download é feito - basta acessar o site, transformado em ponto de infecção digital. A Microsoft não tem um pacote de correção e apenas sugere ''mudanças na configuração de sistemas operacionais para melhorar a capacidade de proteção dos softwares''.

- Estamos trabalhando no Service Pack 2 (SP2) para o Windows XP, que vai trazer muito mais segurança aos usuários - promete o gerente de Produtos Windows, Alexandre Leite.

O SP2, que trará um novo firewall para o Windows, bloqueador de pop-up e controlador de downloads para o Internet Explorer, só será lançado no fim de setembro.



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