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Vítimas de transações erradas lotam agências



Esta mensagem não é para publicação, embora possa ser publicada se o Estadão assim desejar. Mas foi escrita especificamente para o Editor, não para o público. Ela foi provocada por http://estado.estadao.com.br./editorias/2002/04/17/eco031.html, que chama vândalos de computadores de "hackers".

Eu sou um hacker. Isso quer dizer, eu gosto de usar computadores. Trabalhar, aprender, criar coisas inteligentes com computadores. Eu não sou um cracker; eu não violo a segurança dos computadores.

Não há nada vergonhoso em ser hacker. Mas se eu digo às pessoas que sou um hacker, as pessoas pensam que estou admitindo um crime -- porque jornais, inclusive o Estadão, dão a impressão que isso significa "violador de segurança" e nada mais -- mas isso seria um cracker. Assim estigmatizam-se os hackers.

O pior é que esse problema nasceu e é perpetuado deliberadamente. Os repórteres de Informática sabem a diferença entre hacker e cracker, ou ao menos deveriam saber -- estou certo que outros hackers já devem ter escrito, além disso os repórteres já devem ter sabido, de seus colegas no Exterior, que o mesmo pedido tem sido feito há anos em todo o mundo. De qualquer modo, nada desculpa escrever sobre hackers sem ter lido obras fundamentais sobre o assunto como Hackers, disponível em http://sch57.msk.ru/~khim/hackers/, e The New Hacker Dictionary, http://tuxedo.org./jargon/.

A confusão nasceu porque os crackers gostam de arrogar-se o título de hackers, assim como mafiosos chamam-se de "homens de negócio" ou "empresários"... mas o Estadão não aceita isso, continuando a chamar mafiosos de mafiosos, não de empesários.

Diz-se que os leitores acostumaram-se ao uso insultuoso de hacker, então não se pode mais mudar isso. Mas nada desculpa manter-se a população na ignorância estigmatizando-se toda uma parcela da população.

Se eu fosse o que vocês chamam hacker, eu os ameaçaria de invadir seus sistemas. Mas sou um hacker, não um cracker, por isso não o faço. O meu jeito de reclamar é com esta mensagem.

Vocês, como o resto da imprensa, devem desculpas aos hackers. Mas mais que isso, devem respeito.


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