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Re: [OFF-TOPIC] Línguas



Antes de mais nada, acho que cabe um esclarecimento: eu nunca fui contra 
a idéia de se aprender uma nova língua em si. Na verdade eu visitei o 
link que você enviou, e achei muito interessante a proposta da Glosa. Só 
o que eu me pergunto é: já que vamos propor às pessoas que aprendam uma 
nova língua, por que não uma que já tem um grande legado de conhecedores 
e material escrito (note que a questão "facilidade" nem chegou a ser 
mencionada), ao invés de uma que será de utilidade comparativamente 
limitada fora da comunidade Debian? Desde que essa discussão começou eu 
vi vários bons argumentos a favor da auxilang, e é provável que comece a 
estudar alguma, mas ainda não sei se isso seria o melhor para a 
comunidade como um todo.

> Se você acha que só inglês é necessário, eu posso até ver porque você
> acharia isso. Mas os melhores tutoriais de Python que eu achei, não
> estão em inglês, por exemplo...
> Assino as listas debian-user de alemão, francês, espanhol e italiano.
> Lá também se aprende...

Talvez realmente a minha perspectiva seja limitada, mas o fato é que, 
tanto na Internet em geral quanto na computação -- e mais 
especificamente no Linux -- em particular, não se dá dois passos sem 
esbarrar em material escrito em inglês. Portanto, se você está nesse 
meio e pretende aprender uma nova língua, o inglês me parece uma escolha 
natural. Pode não ser a mais fácil e nem anula a vantagem de se conhecer 
outras mais, mas quando comparamos o volume de informação disponível, há 
uma vantagem sensível.

Ou seja, levando em consideração _apenas_ o "legado" do inglês, sua 
adoção como língua "oficial" da Debian traria a vantagem de que, ao 
aprendê-la, os membros também estariam adquirindo acesso a um grande 
volume de informação sobre muitos outros tópicos. Quem é programador já 
deve ter visto defensores de Cobol e outras linguagens "das antigas" 
apontando o legado de aplicações como uma de suas vantagens...

> Mas existe a seguinte situação: há um esforço por parte de nossos
> colegas, em traduzir o sistema para tamil, malai, panjabi, burmês,
> etc! Será que é justo ser inglês a língua? Será que é fácil, para
> eles? Será que é o mais fácil __para você__?

Francamente, não tinha considerado isso. Apesar de só ter começado um 
curso de inglês "sério" a uns cinco anos e meio, desde antes dos 13 anos 
eu já flertava com o inglês, e sempre a considerei uma língua de fácil 
aprendizado. Se realmente for difícil para "não-ocidentais" aprender 
inglês, e sensivelmente mais fácil para eles aprender uma auxilang como 
a Glosa, então apóio sua idéia. Mas é interessante observar que, já 
naquele link que você nos passou, é apontada uma relativa proximidade 
dessa auxilang com o inglês; será que ela seria tão mais fácil de 
aprender para as pessoas que você mencionou, a ponto de compensar a 
questão do "legado" que venho mencionando?

> Eu acho que é muito fácil para você, classe média brasileira, falante
> de uma língua neo-romana (portanto ocidental), bombardeado com filmes,
> música, etc, em inglês, achar confortável e natural aprender inglês.

Eu não acho "natural e confortável" aprender inglês, mas apenas 
conveniente. Na minha faculdade eu vejo a dificuldade por que passam as 
pessoas que não começaram a estudar inglês já antes de ingressar no 
curso, uma vez que ficam impossibilitados de ler livros e apostilas que 
só estão disponíveis nessa língua.

> Uma auxilang, para comunicação interna, seria excelente e digno do
> espírito democrático que reina aqui nessa noss distribuição.

Simbolicamente, seria de fato muito interessante se a língua oficial da 
Debian não pertencesse a nenhuma nação em particular. Mas muita gente 
não vai se deixar convencer facilmente a estudar uma auxilang, caso a 
idéia fosse aprovada...

> Existe uma proposta, no parlamento europeu, de que todos falem pelo
> menos __duas línguas__ a mais: uma outra línuga natural, e uma língua
> artificial.

E existe outra proposta (já aprovada?) de tornar o inglês segunda língua 
oficial na UE...

> > "Se nada for feito, nada irá mudar. (...)"
> 
> É isso aí!

Grande cara, o Zorndyke. Único vilão ficcional que eu conheço que, ao 
invés de se arrebentar no final da história, triunfa no começo. (Tá, no 
final arrebentam com ele, mas aí ele já tinha conseguido o que queria.)

Until we meet again...
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r   (  ) //     ||---------------------------------||
n    ||         ||       Hélio Perroni Filho       ||
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l   (  )        ||                                 ||
     ||         ||  Linux Registered User #216199  ||
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o    ||         ()                                 ()
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e    ||   "Se nada for feito, nada irá mudar. (...) O seu mundo...
l    ||    Eu não aceito este mundo. A ele, devo dizer... Não."
a    ||
n    ||    -- Zorndyke
d    ''
   I t ' s   a   d r e a m   o f   t h o s e   w h o   r e m e m b e r ...





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