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Histórias como essa são a essência do  verdadeiro espírito de motociclista    
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 Motociclista de 77 anos se 
sente livre para voar em sua moto O sonho de liberdade perseguido 
pelo homem não é à toa. A vida é um cotidiano tomado por compromissos que se 
atropelam. Ou, como diz o poeta Paulo Mendes Campos, um desencontro de 
frustrações em combate. Horários marcados, trabalho estressante, cada um lutando 
do jeito que pode para garantir a sobrevivência. Na porta do banco, o mendigo 
suplica uma esmola.
 
 ![]() Meninos, em idade escolar, com flanelas na mão, 
enchem as ruas de miséria. As imagens vão, aos poucos, poluindo a imaginação, 
consumindo a paciência, desequilibrando o emocional, deixando todos fatigados, 
mal humorados e infelizes. “Diante dessa realidade, a moto é a única saída”, diz 
o motociclista Romualdo Moreira Camargo, um militar reformado que fez da moto a 
sua companheira inseparável. 
 Camargo dá a receita para o fim de semana: 
“Encarar a estrada, abrir o ferrolho da liberdade e sair por aí em cima de uma 
moto. Sozinho ou em grupo, não importa. O que importa é fugir do hospício urbano 
em que vivemos, nos mantendo em uma camisa de força”.
 
 “Em cima da moto, 
ouvindo o ronco da máquina em busca do infinito, nós nos sentimos livres para 
voar. As imagens de concreto poluídas pela fumaça, são substituídas por uma 
paisagem verde natural das matas, rios e cachoeiras”. O comentário é do 
comerciante Antônio de Pádua Feitosa.
 
 Para ele, “ser motociclista é, 
sobretudo, um estado de espírito. Ninguém define a emoção única de deslizar no 
asfalto, num vôo rasante, com o vento batendo na cara, sentido o cheiro de terra 
molhada e o calor do Sol causticante”.
 
 Colecionador
 
 Aos 77 anos, o 
empresário cratense Geraldo Emídio de Lima tem uma história de vida ligada a 
motocicletas. Tudo começou em 1953, quando ele comprou a primeira moto, uma 
Saroléia 350, que pertenceu a Manelito Parente. No decorrer dos 55 anos de 
motociclismo, inúmeras motocicletas foram adquiridas, como, BMW, BSA, Douglas, 
Honda, Indian, James, Jawa, Kawasaki, MZ, Norton, Royal Enfield, Suzuki, 
Triumph, Vespa, Velosolex, Victoria, Yamaha e Zundapp.
 
 No entanto, 
Geraldo nunca revelou de qual delas gostou mais. Quando alguém insiste, ele 
afirma calmamente: “Pra mim, tendo motor e duas rodas, é motocicleta. Gosto de 
todas elas, indistintamente”.
 
 Ele já participou de todos os grupos de 
motociclistas do Cariri. Andou o Nordeste todo em duas rodas. A maioria dos 
amigos morreu. Outros abandonaram as motos no meio da estrada da vida. Os 
motoclubes se acabaram, mas Geraldo se manteve como “cavaleiro da esperança” 
empunhando, ao lado do companheiro Camargo, a bandeira do 
motociclismo.
 
 Pilotar uma moto é um eterno renovar . “No meio dos jovens 
motociclistas, sinto-me como um adolescente. É uma forma de esquecer que sou 
velho, tenho 77 anos”. Junto com os velhos, a conversa é a mesma. “Eu já fui 
isso, fui aquilo. A moto me faz aproximar da juventude que tem outra visão de 
vida”, analisa.
 
 O envolvimento entre homem e máquina parece trazer a 
impressão de uma relação fria, sem sentimentos. Mas isso foge da impressão 
habitual quando a emoção do ser humano prevalece sobre a máquina, fazendo com 
que a motocicleta se torne aliada de aventuras inesquecíveis e emoções marcantes 
para os integrantes.
 Fonte: Jornal Diário do
Nordeste
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