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RES: [Cliente remoto Microsiga AP7] Falha de segmentação



Paulo, concordo plenamente com vc em gênero, número e grau. Temos que recordar alguns anos atrás, o Bill Gates num comercial do Unibanco. O motivo de sua vinda ao Brasil foi mais para arrebanhar alguns economistas brasileiros para melhorar o Money e fazer frente ao Quicken que era então um dos melhores softwares de gerenciamento financeiro.

Como trabalho na área pública (governo municipal), um grande empecilho para adoção do SL na administração pública é ainda a falta de empresas que desenvolvam programas para Linux.

 

De: Paulo de Souza Lima [mailto:paulocwb2003@yahoo.com.br]
Enviada em: terça-feira, 22 de maio de 2007 10:52
Para: debian-user-portuguese@lists.debian.org
Assunto: Re: [Cliente remoto Microsiga AP7] Falha de segmentação

 

Olá Renato,

Só alguns esclarecimentos:

 

>Segundo a wikipedia, a Microsiga é a maior empresa de softwares da América Latina. Imagine se não fosse!

A Microsiga não é a maior empresa de softwares da AL. Ela faz parte do grupo TOTVS que se tornou o maior não pelo crescimento natural, mas porque saiu comprando diversas empresas pequenas de software pelo país afora (RM Sistemas, Microsiga, e outros) e hoje é uma imensa "colcha de retalhos". Antes dessa operação, a Microsiga brigava para estar entre o segundo e o terceiro lugar (o primeiro era da Datasul).

>Utilizando Postgree 7.3 ou 7.4 a única versão Linux homologada é o RedHat 8 ou 9. Lamentável!

As empresas de ERP somente homologam distribuições de grande penetração e que tenham suporte formal. Entenda-se por suporte formal uma central de atendimento que funcione por telefone, a nível nacional (no mínimo) e que tenha um especialista pronto para dar o suporte que for necessário. Infelizmente, o Debian ainda não possui uma central de atendimento que atenda a essa exigência.

Isso se deve a um fato simples: questões de responsabilidade jurídica. Uma empresa que tem recursos para adquirir um ERP desse nível, tem faturamento alto (acima de 100 milhões de reais). Se algo acontece com o sistema, alguém vai ser responsabilizado criminalmente. No caso do Debian, como o suporte é "informal", não existe uma empresa que se responsabilize por eventuais panes do sistema, por isso eles não homologam a distribuição. A implantação de um ERP é um negócio que começa em algumas centenas de milhares de reais e vai até a casa de várias dezenas de milhões.
Não dá pra correr o risco de homologar uma distribuição linux "que não tem dono".

Quero que fique claro que não estou defendendo ninguém, apenas explicando o que acontece. Pra mim o Debian é a melhor distro que existe, mas infelizmente, ainda carrega o estigma de "alternativa". É por isso que eu acho que distribuições como o Ubuntu têm uma oportunidade muito boa de colocar o Debian no mercado de servidores corporativos. Talvez mais alguns anos...


>A Microsiga ainda não se ligou que a Microsoft irá engolir ela com o Dynamics (ERP/CRM).

Acho muito difícil que a Microsoft "engula" a Microsiga ou a Datasul. Pelo seguinte motivo: a legislação brasileira é uma coisa intrincada e única no mundo. A própria SAP, com a montanha de dinheiro que possui, têm enormes dificuldades para cumprir todas as exigências. Por esse motivo, compra "módulos" de empresas nacionais especializadas e integra-os ao sistema, como é o caso da Mastersaf na parte fiscal. As empresas nacionais nasceram e cresceram nesse meio e se adaptam muito mais rapidamente às exigências e às mudanças freqüentes da legislação. É por isso que elas não temem a SAP.

A Microsoft vai ter o mesmo problema. E mais um adicional: Vai ter de quebrar toda a reputação de mercado das empresas nacionais, que hoje figuram como entre as melhores do mundo nesse segmento.

>Att, Renato


Abração,

Paulo de Souza Lima
Curitiba/PR
Linux User 432358

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